A Origem da Fisioterapia

 

Desde os primórdios da humanidade se têm relatos sobre o uso de agentes físicos (calor, água, eletricidade), massagens e exercícios como uma tentativa de curar e/ou amenizar as disfunções que o corpo sofria ao longo da história.

Durante a Antigüidade (4.000 a.C- 395 d.C), além do uso da eletroterapia através de peixes elétricos, a ginástica também era usada para combater as doenças denominadas, na época, de “diferenças incômodas”. Para tal, esta terapia que envolvia o movimento corporal ficava exclusivamente nas mãos dos sacerdotes e somente era empregada depois de estudada, racionalizada e planejada.

No Renascimento, com o humanismo, as artes e o culto ao físico, os estudos foram retomados, e a preocupação com o corpo saudável também. Mercurialis apresentou princípios para uma ginástica médica, que compreendia regularidade nos exercícios para conservar um estado saudável já existente, exercícios para indivíduos enfermos, sedentários e para convalescentes. Através destes princípios, é possível observar que havia uma preocupação tanto com o organismo lesado,  quanto com o são.

Na fase Industrial, com o novo sistema de produção proporcionado pelas máquinas, os trabalhadores passaram a sofrer com o excesso de trabalho, e com péssimas condições, o que gerou novas doenças como as epidemias de cólera, tuberculose pulmonar, alcoolismo, e principalmente os acidentes de trabalho.

Apesar de observarmos ao longo dos séculos a existência de terapias que envolviam exercícios corporais, somente no século XX entre a I e a II Guerra Mundial que estes exercícios passaram a caracterizar a Fisioterapia propriamente dita. Durante as guerras, surgiram as primeiras escolas de cinesioterapia para tratar ou reabilitar os lesados ou mutilados, que necessitavam readquirir um mínimo de condições para retornar à atividade social integrada e produtiva.

A partir disso, a Fisioterapia passaou a integrar a “Área da saúde”, atuando através de diversos recursos de forma quase que exclusiva para o atendimento do enfermo, com o objetivo de reabilitar ou recuperar as boas condições que o organismo havia perdido.

 A Fisioterapia no Brasil

No Brasil, há relatos do uso de recursos físicos desde 1879 devido aos diversos casos de acidentes de trabalho em razão da fase Industrial, que sujeitou o indivíduo a uma péssima condição de saúde. A prática da Fisioterapia iniciou-se em 1919, quando foi fundado o Departamento de Eletricidade Médica pelo Professor Raphael de Barros da Faculdade de Medicina da USP.

Em 1951, foi criado o primeiro curso com duração de 1 ano para a formação de fisioterapeutas (denominados na época de técnicos) pelo médico Dr. Waldo Rolim de Moraes, patrocinado pelos estudos de Raphael de Barros. Na década seguinte, o curso passou a ter duração de 2 anos devido ao aumento pela procura dos profissionais.

Em 1959, foi criada a Associação Brasileira de Fisioterapeutas (ABF) que se filiou a WCPT (World Confederation for PhysicalTherapy), para obter o amparo técnico-científico e sócio-cultural para o desenvolvimento da profissão.

No ano de 1963, conforme o parecer 388/63 do Conselho Federal de Educação, os Cursos de Fisioterapias foram reconhecidos e passaram a ter três anos de duração. Em 1964, conforme a portaria 511/64 foi estabelecido o primeiro currículo mínimo para a formação de Técnicos em Fisioterapia. As matérias que compunham o curso eram: Fundamentos da Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Ética e História da Reabilitação, Administração Aplicada, Fisioterapia Geral e Fisioterapia Aplicada.

Em 1969, conforme o decreto lei 938/69, a Fisioterapia passa a ser reconhecida como um curso de nível superior e, em 17 de Dezembro de 1975, a Lei 6.316 criou o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional com o objetivo de regulamentar, legislar, e estabelecer uma fiscalização ao exercício destas duas profissões.

Outra conquista importante foi a resolução nº 04 de 28 de Fevereiro de 1983, a qual edita o currículo mínimo para a Fisioterapia com 4 anos letivos e com conteúdos divididos em 4 ciclos compostos por matérias da área biológica, de formação geral, pré-profissionalizantes e profissionalizantes. Esse currículo permaneceu até 1996 quando o MEC através da Lei de Diretrizes e Bases estabeleceu novas regras, dando autonomia para as Universidades elaborarem seus próprios currículos.

Durante os anos de 1998 e 1999, o COFFITO e CREFITOs, coordenadores de cursos, docentes, discentes e profissionais interessados, foram convocados para debater e propor ao MEC as diretrizes gerais que deveriam nortear o ensino da Fisioterapia no Brasil.

Definição

De acordo com o Decreto-Lei 938/69, Lei 6.316/75, Resoluções do COFFITO, Decreto 9.640/84 e Lei 8.856/94, a Fisioterapia é uma ciência da Saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, traumas e doenças adquiridas. Cabe ao profissional fisioterapeuta, com formação acadêmica superior, diagnosticar os distúrbios cinéticos funcionais, prescrever as condutas fisioterapêuticas, acompanhar a evolução do quadro clínico funcional do paciente e avaliar as condições de alta do serviço.

Juramento

“Prometo dedicar-me à profissão de Fisioterapeuta utilizando todo conhecimento científico e recursos técnicos por mim adquiridos durante o medir de esforços, assegurando aos pacientes sob meus cuidados o bem-estar físico, psíquico e social. Juro honrar o nome da Fisioterapia com amor, respeito e dignidade, empregando todos os meios para fazê-la conhecida e valorizada.”

Áreas de atuação

Fisioterapia Clínica

Hospital, Clínicas, Ambulatórios, Consultórios, Centros de Reabilitação.

Saúde Coletiva: Programas Institucionais, Ações Básicas de Saúde, Fisioterapia do Trabalho, Vigilância Sanitária.

Educação

Docência (níveis secundário e superior), Extensão, Pesquisa, Supervisão (técnica e administrativa), Direção e Coordenação de cursos.

Outras

Indústria de equipamentos de uso fisioterapêutico e Esportes.

Especialidades Reconhecidas:

Acupuntura (Resoluções Coffito nos: 201, de 24/06/99 e 219, de 14/12/00);

Quiropraxia (Resolução Coffito nº 220, de 23/05/01);

Osteopatia (Resolução Coffito nº 220, de 23/05/01);

Fisioterapia Pneumo Funcional (Resolução Coffito nº 188, de 09/12/98);

Fisioterapia Neuro Funcional (Resolução Coffito nº 189, de 09/12/98);

Fisioterapia Traumato-Ortopédica Funcional (Resolução Coffito nº 260, de 11/02/2004)

Santa Protetora

Santa Alphais (ou Alpaix) é uma santa francesa.

Segundo o que se sabe, Alphais era nascida de uma família pobre e, contraiu lepra desde cedo, mais tarde perdendo os movimentos dos braços e depois das pernas e parte de suas mãos. Tinha o dom da Inédia, ou seja, vivia tendo como alimento apenas a Sagrada Comunhão. Uma igreja foi construída perto de sua casa com uma estrutura especial de modo que ela pudesse assistir às missas pela janela de seu quarto. Diz a tradição que curava os doentes apenas com sua benção e oração. Foi Conselheira Espiritual da Rainha Adela da França. Conta-se ainda que, algum tempo antes de sua morte, ela teria ficado curada de sua doença graças à intercessão de Maria. Após sua morte seu túmulo passou a ser local de peregrinação e vários milagres foram creditados a sua intercessão. Beatificada, teve seu culto confirmado em 1874 pelo Papa Pio IX.1

Dia O3/11 é comemorado o dia da Santa Alphais. É a Padroeira dos

aleijados, das pessoas com problemas físicos e dos fisioterapeutas.

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